O Instituto Superior de Agronomia solicitou à LEB uma análise detalhada do estado de conservação do Pavilhão de Exposições, localizado na Tapada da Ajuda, Lisboa. Este edifício, inaugurado em 1884 e projetado pelo arquiteto e engenheiro militar Luís Caetano Pedro d'Ávila, é um dos ícones da arquitetura do ferro em Portugal. Sua construção foi destinada à 3ª Exposição Agrícola de Lisboa e é inspirada no Palácio do Trocadero, em Paris, um importante exemplo da arquitetura da segunda metade do século XIX.
A necessidade de intervenção advém da exposição prolongada do edifício às adversidades ambientais, assim como das suas condições de uso ao longo dos anos, que resultaram em várias anomalias estruturais e não estruturais. Assim, o principal objetivo do projeto foi realizar uma inspeção detalhada, caracterizar o estado de conservação dos elementos construtivos e propor soluções de reabilitação e adaptação que garantam a segurança, a durabilidade e o aproveitamento adequado do edifício.
O Pavilhão de Exposições da Tapada da Ajuda foi construído para ser um espaço permanente de eventos, tendo sido inaugurado pelo Rei D. Luís e pela Rainha D. Maria Pia durante a 3ª Exposição Agrícola de Lisboa, em maio de 1884. Concebido por Luís Caetano Pedro d'Ávila, o projeto refletia a ambição de dotar Lisboa de uma estrutura de exposição comparável ao Palácio de Cristal do Porto, construído em 1865.
Inspirado pelo Palácio do Trocadero em Paris, o Pavilhão da Tapada da Ajuda foi um dos primeiros edifícios em Portugal a utilizar técnicas de pré-fabricação industrial em ferro, um reflexo das novas tendências da arquitetura e engenharia do final do século XIX.
Ao longo das décadas, o Pavilhão de Exposições acolheu uma vasta gama de eventos, desde exposições agrícolas a feiras industriais, passando por eventos sociais e culturais. A sua estrutura principal, constituída por pilares de ferro e cúpulas de zinco, sobreviveu a múltiplas intervenções ao longo dos anos, embora nem todas tenham sido devidamente documentadas. Este edifício emblemático, situado em plena Tapada da Ajuda, mantém um valor patrimonial significativo, não apenas pela sua arquitetura singular, mas também pela sua importância como espaço de encontro e difusão cultural em Lisboa.
A necessidade de intervenção advém da exposição prolongada do edifício às adversidades ambientais, assim como das suas condições de uso ao longo dos anos, que resultaram em várias anomalias estruturais e não estruturais. Assim, o principal objetivo do projeto foi realizar uma inspeção detalhada, caracterizar o estado de conservação dos elementos construtivos e propor soluções de reabilitação e adaptação que garantam a segurança, a durabilidade e o aproveitamento adequado do edifício.
O Pavilhão de Exposições apresenta vários desafios relacionados às suas condições ambientais e à complexidade dos materiais originais utilizados. Entre os principais desafios estão:
Exposição aos Agentes Ambientais: O edifício está exposto ao clima mediterrânico, com grandes variações de temperatura e elevada umidade durante o inverno, que contribuem para a degradação dos materiais metálicos e dos revestimentos das paredes externas. A presença de salinidade também é um fator agravante.
Fundações e Estrutura Metálica: A estrutura apresenta pilares e vigas de ferro fundido e aço, materiais suscetíveis à corrosão devido à oxidação em ambiente úmedo. A instabilidade da fundação de alvenaria de pedra, devido ao declive do terreno, exigiu uma avaliação detalhada para evitar problemas futuros.
Sistemas de Cobertura e Ornamentação: As cúpulas metálicas dos torreões, que foram recentemente reabilitadas, necessitam de constante monitorização e manutenção, devido ao desgaste da estrutura de madeira e zinco.
Para avaliar o estado do Pavilhão, a LEB desenvolveu um amplo programa de inspeção e ensaios, dividido em várias etapas:
Ensaios de Boroscopia: Estes ensaios foram realizados em elementos estruturais para observar a condição interna sem recorrer a intervenções destrutivas.
Análise Química e Microestrutural: Foram coletadas amostras dos elementos metálicos para identificar a composição dos aços e estudar a sua microestrutura, ajudando a determinar as causas de degradação e o comportamento dos materiais.
Inspeção Visual e Análise Termográfica: Realizadas para detectar anomalias ocultas, como infiltrações e falhas nos revestimentos das paredes.
Caraterização dos Revestimentos: Pequenas aberturas foram feitas para investigar a natureza dos revestimentos originais e as camadas subsequentes aplicadas durante as restaurações.
Com base nos resultados dos ensaios, a LEB elaborou uma proposta abrangente para a reabilitação do Pavilhão:
Reparação de Fundações e Estrutura Metálica: Injeções de argamassa cimentícia para estabilizar as fundações de pedra e aplicação de revestimentos anticorrosivos nos pilares e vigas metálicas para evitar a progressão da oxidação.
Substituição e Melhoria dos Revestimentos: Recomenda-se a remoção dos revestimentos que apresentem elevado grau de degradação e a sua substituição por materiais compatíveis com as propriedades da alvenaria original.
Sistema de Cobertura: Reforço das asnas metálicas que suportam a cobertura da sala principal e aplicação de uma nova camada de impermeabilização nas cúpulas dos torreões para garantir a estanqueidade e aumentar a durabilidade da estrutura.
A intervenção proposta pela LEB tem como objetivo principal prolongar a vida útil do Pavilhão de Exposições, assegurando a segurança e o conforto dos visitantes e garantindo a preservação deste patrimônio histórico. As soluções propostas visam respeitar a integridade histórica do edifício, minimizando as alterações aos seus elementos originais e utilizando técnicas que assegurem a reversibilidade, sempre que possível.
Este projeto também inclui uma adaptação funcional dos espaços internos para suportar novas valências, como exposições e eventos, de forma a revitalizar o edifício e integrá-lo ainda mais no contexto cultural da cidade de Lisboa. Com esta intervenção, a LEB reafirma o seu compromisso com a sustentabilidade, a preservação do patrimônio e a excelência na engenharia de reabilitação.